quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A doce ilusão da vaidade




     Todos nós, de uma forma ou de outra, com mais ou menos intensidade, estamos buscando aprovação. Aprovação dos pais, dos amigos, aprovação social,  profissional e hoje muitos se preocupam com a aprovação virtual. Isso mexe com nossa vaidade. A vaidade é o pano de fundo do nosso cotidiano.

     Quando nos deixamos seduzir pela vaidade excessiva, não temos mais uma percepção clara da realidade que nos cerca. Nos fechamos para novos aprendizados e para os argumentos alheios. Queremos ganhar qualquer discussão, não pela razão, mas pela sensação de poder que a última palavra nos dá. O vaidoso perde o discernimento para perceber que não é tão virtuoso como imagina. É incapaz de admitir seus erros, menospreza o mal que causa com suas atitudes e tem dificuldade de aceitar quando discordam de sua opinião. 

     A vaidade anda de mãos dadas com a inveja. O vaidoso não aceita as vitórias alheias,considera absurdo que pessoas teoricamente inferiores a ele, alcancem o sucesso. E nesta busca cada vez maior pela admiração, perde o bom senso, afunda-se em futilidades e esquece a importância do auto conhecimento e da sua evolução como ser humano. Torna-se cada vez mais egoísta, exibicionista e pode até mesmo passar por cima de regras, valores e ética para conseguir estar novamente, por um momento que seja, sob holofotes.

     Desconstruir a vaidade é entender que ela sempre nos ronda, quer nos aprisionar, dominar, nos tornar pequenos, iludidos, cercados pela inveja, mentira, poder, ciúme e interesse. Assumir e praticar o desapego, saber perder, compartilhar, envelhecer, ganhar sabedoria e paz de espírito. A falsa humildade é o capricho da vaidade, portanto, deve-se deixar a vaidade aos que não tem outra coisa a exibir.