Especial? Sim!

   
   

     A maioria das pessoas não imaginam o quanto podemos aprender com pessoas especiais, sobretudo as crianças. As vezes estamos tão presos à perfeição da forma física e aos aspectos materiais, que esquecemos de observar a riqueza oculta na sua essência. Tive o privilégio de conhecer uma criança que me chamou atenção porque em pouco tempo aprendi o que uma universidade não foi capaz de me ensinar. Cada obstáculo vencido na busca da realização de um objetivo era demonstrado através de explosões de alegria e felicidade, dos pais, dos irmãos, dos amigos e todos que conhecem esse ser iluminado.

     Ser criança, por si só, já é ser um ser especial. Agora, ser criança e especial, eleva a um patamar de possibilidades ainda maior. Como se possível não fosse. Nessa ocasião, somos alunos das crianças e eles nos ensinam lições valiosas como respeito, compreensão, compaixão, perseverança, gratidão e principalmente amor. Infelizmente uma grande parte da sociedade prefere evitar o convívio mais próximo. Na verdade, essa falta de contato mais direto impede o ganho recíproco e de mútuo aprendizado entre as pessoas envolvidas, baseada apenas no sentimento leal da amizade.

     A principal missão desse meu pequeno amigo, talvez nem ele mesmo seja capaz hoje de conceituar, mas o coração dele nos ensina a enxergar de verdade e a valorizar o conteúdo e não apenas a forma. Eles são como flores, que mesmo nascendo e crescendo em vasos irregulares, conseguem nos presentear com a beleza de suas cores e aroma do seu perfume.

A doce ilusão da vaidade

     Todos nós, de uma forma ou de outra, com mais ou menos intensidade, estamos buscando aprovação. Aprovação dos pais, dos amigos, aprovação social,  profissional e hoje muitos se preocupam com a aprovação virtual. Isso mexe com nossa vaidade. A vaidade é o pano de fundo do nosso cotidiano.

     Quando nos deixamos seduzir pela vaidade excessiva, não temos mais uma percepção clara da realidade que nos cerca. Nos fechamos para novos aprendizados e para os argumentos alheios. Queremos ganhar qualquer discussão, não pela razão, mas pela sensação de poder que a última palavra nos dá. O vaidoso perde o discernimento para perceber que não é tão virtuoso como imagina. É incapaz de admitir seus erros, menospreza o mal que causa com suas atitudes e tem dificuldade de aceitar quando discordam de sua opinião. 

     A vaidade anda de mãos dadas com a inveja. O vaidoso não aceita as vitórias alheias,considera absurdo que pessoas teoricamente inferiores a ele, alcancem o sucesso. E nesta busca cada vez maior pela admiração, perde o bom senso, afunda-se em futilidades e esquece a importância do auto conhecimento e da sua evolução como ser humano. Torna-se cada vez mais egoísta, exibicionista e pode até mesmo passar por cima de regras, valores e ética para conseguir estar novamente, por um momento que seja, sob holofotes.

     Desconstruir a vaidade é entender que ela sempre nos ronda, quer nos aprisionar, dominar, nos tornar pequenos, iludidos, cercados pela inveja, mentira, poder, ciúme e interesse. Assumir e praticar o desapego, saber perder, compartilhar, envelhecer, ganhar sabedoria e paz de espírito. A falsa humildade é o capricho da vaidade, portanto, deve-se deixar a vaidade aos que não tem outra coisa a exibir.

   

O poder do elogio

     A arte de elogiar quase sempre é interessante, o grade dilema é que algumas pessoas tem enorme dificuldade em tecer um elogio sem a conjunção que põe todo o elogio a perder, que é a conjunção MAS. 

     O elogio é um dos principais ingredientes para a construção da autoestima e segurança, então, após um elogio, mesmo sem perceber, as pessoas falam que você é bom, mas precisa melhorar nisso e naquilo. Na verdade, não precisamos fazer as duas coisas ao mesmo tempo, o elogio é muito mais eficaz quando você se propõe apenas a elogiar. A crítica é essencial, porém, elogiar com ressalva é a pior ação para as relações, logo lembramos que para cada ação existe uma reação.

     Definitivamente, você vai sentir a diferença quando elogiar um gesto, sem as ressalvas de sempre. Por vivermos numa sociedade com grandes tendências críticas para os erros, perdemos muitas vezes o contato com a valorização das conquistas e o elogio espontâneo. Descanse sua onipotência de sempre ter algo a considerar, ensinar ou julgar. Exercite a humildade de reconhecer e apenas o que é digno de ser imitado, afinal de contas, o som mais doce de todos é o elogio.

   

Superando limites

    

      As pessoas com deficiências tradicionalmente discriminados pela sociedade e desmotivados pela sua própria condição existencial, tem nas competições paralímpicas ou paraolímpicas como ainda gosto e aprendi a chamar, uma oportunidade para elevar sua auto-estima, direta ou indiretamente, além de provar para todos o seu valor como atleta e cidadão.

     Em Natal, temos Clodoaldo Silva, bateu recorde, ganhou medalhas de ouro e por último ascendeu a pira olímpica, um ícone. Contudo, a maior glória das olimpíadas dos deficientes, não está somente na conquista de medalhas e na própria competição, está sobretudo no exemplo que esses atletas passam para milhares de pessoas que vivem estigmatizados por suas deficiências físicas e mentais. Se cada um dos atletas das olimpíadas tem sua história específica de sofrimento e superação dos seus próprios limites, cada atleta paraolímpico carrega uma história de fazer filme para cinema. Existe atletas que nasceram com deficiência e aqueles que adquiriam e se adaptaram ao novo mundo. O atleta paraolímpico, antes de competir nacional ou internacionalmente, teve que competir com ele mesmo, sem dúvida, superar esse primeiro obstáculo subjetivo não tem medalha que possa premiá-lo.

     Todos reconhecem a dimensão psíquica, física e social do esporte paraolímpico, o que é muito significativa para os atletas, mas também contribui para a construção de um mundo verdadeiramente pluralista, que sabe conviver e respeitar as diferenças, sejam elas quais forem.

Simplesmente amizade

     Na sensibilidade de um final de semana, não poderia deixar de falar sobre uma das relações mais bonitas que se tem, chamada amizade. Aquele ombro que te sustenta, o sorriso servo e a palavra cirúrgica que só um amigo tem. 

     Amizade pra compartilhar assuntos, segredos, sonhos e por que não uma vida? Amizade que começou na infância, que atravessa décadas e gerações. Amizade passada de pai para filho. Tenho amigos que fiz no endereço antigo, na escola, no esporte, na rua e numa mesa de bar.  Muitas vezes confundi interesse e conveniência com admiração. Também já confundi amigo verdadeiro com o da onça. Já dei créditos a quem não merecia. Já me decepcionei por confiar demais e por abrir portas da casa e do coração para quem quisesse entrar. Graças a Deus que existe um referencial chamado tempo, esse sim um dos maiores mestres invisíveis que ensina, corrige e explica tudo.

     Hoje sorrio fácil e grátis, mas com cautela para não confundir o conceito de amizade. Um dos meus parâmetros é a reciprocidade. 

     Aos meus amigos leais, de longas ou de datas recentes que a vida nos presenteia, eu dedico sorrisos, abraços, afetos, compaixão, servidão e a vida. Infelizmente as horas passam muito rápido e as necessidades não permite tanta presença física como antigamente, mas a amizade é isso, é perdoar a correria cotidiana e compreender a ausência física de amigos por perto. A amizade passa dos planos terrestres. Sabe aquele seu amigo de infância, aquele amigo que marcou sua vida naquele período e se foi? Ele é uma estrela que brilha quando você olha pro céu. Acredite nisso!

     Amizade é pra ser usada e não guardada na sua gaveta. A boa amizade é pra ser prezada, reproduzida. Amizade não se perde. Toda relação humana permite erros e acertos, mas também permite recomeços, baseado principalmente na humildade. A importância de cada um nas nossas vidas é quem quem determina os que permanecem. Cada dia que passa percebo que amizade não tem idade. Não há disfarce em relação a sentimento.

     Sou muito grato a Deus pelos anjos que fazem parte da minha vida e são gentilmente apelidados de amigos. Como amante da música, não poderia finalizar sem essa frase.

"Quero chorar o teu choro, quero sorrir teu sorriso, valeu por você existir, AMIGO"

Amizade - Fundo de Quintal

   

Sorriso, abraço e silêncio

          A medida que o tempo passa, a celebração dos trinta anos não ganha mais nem menos importância, apenas muda o significado. Já fui mais entusiasta da comemoração, já gostei de comemorar tudo de forma integral e efusiva. O tempo passa, hoje celebro acontecimentos internamente e agradeço a Deus. Mesmo assim, continuo gostando de ganhar presentes, os melhores tem sido os abstratos.

     No dia do meu aniversário, a lista de presente mudou, inicialmente tenho que agradecer pela vida e elejo o sorriso como o símbolo da oportunidade que tenho de mudar de idade, trazendo uma mistura de continuidade e transformação, a fim de que permaneça o que há de bom e que evolua as lacunas que tenho. Secundariamente o abraço, para fazer um ninho quente para aquecer a alma nos momentos de saudade. Um abraço é capaz de substituir as palavras mais verdadeiras sem abrir a boca. Por último o silêncio significará a retrospectiva que farei pela minha vida, essa sim minha principal formação. Várias experiências, muitos momentos que ficarão eternizados e outros nem tanto. Que esse silêncio seja intervalado por música que não cansa os ouvidos e enobreça a alma. A música é bem temporal e traduz nosso momento de vida, já tive outra trilha sonora, atualmente aos trinta anos prefiro a sinfonia dos amigos, de preferência os amigos sinceros.

     Peço pés firmes para seguir a caminhada que trilhei, para realizar o sonho que sonhei. Um sonho que grande parcela depende do conhecimento e da competência. É um sonho que é bom para mim, não prejudica ninguém e todos ganham. Que eu possa evoluir e aprender a cada dia, para que no outro ano, esse ano esse sonho esteja mais próximo de ser realizado. 

     Jamais poderia omitir a gratidão que tenho da minha família e dos meus amigos, que nunca economizaram esforços para alimentar um sonho de um Goiamum. E assim cheguei aos trinta!

     

A prudência nas relações

     Muitas vezes procuramos idealizar uma empresa perfeita, também nos precipitamos ao acreditar que o maior negócio da empresa perfeita são as ideias, os resultados, os lucros ou prejuízos já que vivemos num regime capitalista. Me graduei em Ciências Contábeis e uma das fontes de receita era constituir novas empresas quase que diariamente, assim como negócios também eram fechados com frequência, com toda essa crise existente. As empresas contratavam e demitiam colaboradores cotidianamente. Então, observamos que no início, meio e fim encontramos PESSOAS envolvidas e a sua capacidade de corresponder as necessidades.

     Relações e relacionamentos, eles se retroalimentam e só existe por causa das PESSOAS. Só conseguirá ser bem sucedido se tiver boas relações com os outros. Em toda versão existe dois lados. Os problemas só existem pela incompreensão por parte das PESSOAS onde há sempre duas opiniões distintas e que nenhuma é mais correta que a outra. A maioria dessas PESSOAS assumem uma atitude crítica e o caminho do julgamento para imporem a sua opinião e dessa forma alimentarem o ego e a auto-imagem. É complicado aceitar os outros como são e especialmente agradecer quando o mundo encontra-se numa epidemia de vaidade.

     As PESSOAS gostam de simpatia e de serem reconhecidas pelas mais simples razões. Demonstrar gratidão passa por agradecer alguma ação realizada por outro, um conselho dado, um feedback positivo sobre qualquer coisa que fez. Porém os profissionais que se apresentam altamente argumentativos e desagradáveis serão mais facilmente rejeitados numa relação. As melhores relações são de PESSOAS agradáveis e positivas com as outras.

Seja prudente nas relações!

   

Amanhã!

     Ontem ao conversar com um colega, percebi como a ansiedade vem nos maltratando nos dias atuais. A competição do ego, que é uma maquiagem do êxito, tem atrapalhado demais as diversas relações existentes. A necessidade da auto afirmação é cada vez mais forte e por isso resolvi refletir um pouco sobre o amanhã.

     Quantas vezes sonhamos com algo como uma casa nova ou apenas uma casa. Um carro novo ou apenas um meio de locomoção, um emprego melhor ou apenas um emprego em meio a uma devastadora crise. 

     Como diz Roberto Shinyashiki "Sonhar é o primeiro passo, porém, depois do sonho vem o trabalho. Ninguém consegue nada de graça na vida. O pódio é daqueles que aprendem a lutar por suas metas". Mas, muitas vezes entre o sonho e a realização, encontramos algo inesperado e ao mesmo tempo previsível, o tempo.

     Sim, o tempo, digo isso porque quando sonhamos queremos o objeto do sonho pra ontem de preferência, mas o tempo da vida é muitas vezes completamente diferente do nosso tempo interno e é nesta hora que outros fatores começam a minar a nossa confiança no nosso poder de realização dos nossos sonhos. Será que vai dar certo? Será que quando eu alcançar isso vou me sentir feliz? Será que vale a pena tanto esforço? E assim começa o processo de autossabotagem.

     Se observamos a natureza, existe nela tempo pra tudo, temos a quatro estações bem distintas. A natureza é sábia, devemos usar desta mesma sabedoria, no nosso tempo para realizar o nosso sonho, o importante é você reconhecer se é isso mesmo que você quer, isso mesmo que você sonhou, com todas as cores e detalhes. Feito isso, se entregue ao tempo da natureza, ela sabe o melhor momento para cada ser e será o melhor tempo para você também. Pare com essa pressa insana e perceba que o importante é a caminhada, aproveite cada instante do seu caminho, assim quando atingir seu desejado sonho, vai ter muito mais para compartilhar, deste lindo, às vezes doloroso, mas com certeza maravilhoso processo.

     Não dê ouvidos ao que os outros possam dizer, ouça apenas o seu coração, ele sabe a direção que você deve seguir e principalmente não mine seu poder pessoal de realizar o que quiser, alimentando a dúvida, a incerteza e a expectativa do fracasso, pois seus pensamentos de hoje criam o que você terá no seu futuro.

     Então, até agora o dia de amanhã ninguém usou, ele pode ser seu!